Saúde, educação e outras áreas comprometidas: economista explica como cortes no orçamento são escolhas políticas

Em entrevista ao podcast O Assunto, Ursula Dias Peres também explica como o ‘desfinanciamento de áreas fundamentais’, desestruturando políticas públicas, é um processo contínuo desde ao menos 2014.

Foto-Reprodução

Apesar de estarem dentro da regra do teto de gastos, os cortes do governo em determinas áreas são escolhas políticas da gestão. Quem diz isso é a economista Ursula Dias Peres, professora de Gestão de Políticas Públicas na USP e Pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole.

“Com essa lógica do teto, fica tudo comprometido, né? A educação, a saúde, o desenvolvimento regional, investimento em infraestrutura, tudo fica comprometido. […] Na educação, fica comprometido o ajuste de merenda. Então, tudo isso fica comprometido quando você coloca o teto, que você vai pagar apenas as despesas obrigatórias, como salários, Previdência, e o restante você vai cortando”, diz ela em entrevista ao episódio #849 do pocast O Assunto.

“Mas vai cortando porque há escolhas alocativas do governo que foram priorizadas. […] É uma lógica que está dentro da regra, mas ao mesmo tempo é importante a gente dizer que é uma escolha alocativa política”, completa.

Congresso Nacional — Foto: JN

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Peres também explica como o “desfinanciamento de áreas fundamentais”, desestruturando políticas públicas, é um processo contínuo desde ao menos 2014.

“O que a gente vê, ao longo dos últimos anos, é uma redução do espaço, por exemplo, de investimentos que bateram o pico de mais de 70 bi em 2014 e estão decrescendo até em torno de 20 e poucos bilhões nesse ano. Então, há uma perda de potencial, de estruturação política muito grande. Foi-se ‘desfinanciando’ várias áreas. Não só saúde e educação, que estão sempre muito afetadas, mas também áreas de cultura, de equidade racial, de prevenção de violência contra as mulheres. De habitação de interesse social praticamente nada foi feito.”

Fonte:https://g1.globo.com

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