Adolescentes atendidos pelo Ciadi participam de atividade terapêutica em supermercado
Por Ana Vitória Marques/Núcleo de Comunicação Interna

As saídas terapêuticas são periódicas e fazem parte do planejamento de atividades do Grupo de Habilidades Sociais do Ciadi – Foto: Máximo Moura
Algumas situações sociais podem ser desconfortáveis quando passamos pela adolescência, seja por vergonha, falta de costume ou pela fase vivenciada. Quando se está dentro do espectro autista, alguns desses momentos podem ser ainda mais desafiadores.
Diante desse fato, nesta quarta-feira (05/11), a Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), por meio do Centro Inclusivo para Atendimento e Desenvolvimento Infantil (Ciadi), realizou uma saída terapêutica com adolescentes com transtorno do espectro autista (TEA). Eles formam o Grupo de Habilidades Sociais do centro e, desta vez, participaram de uma atividade em um supermercado de Fortaleza.
De acordo com a orientadora da Célula de Atendimento em TEA do Ciadi, Maria Luísa Pinheiro, a escolha do lugar acontece por envolver vários desafios, como o uso do dinheiro, a interação social e o planejamento das compras. Várias outras situações foram trabalhadas com a equipe terapêutica e exercitadas na prática.
Foto: Máximo Moura
Maria Luísa explicou que a saída terapêutica, também chamada de saída social, é parte do planejamento para o grupo de habilidades sociais, que é o grupo de adolescentes do Ciadi.
“Nós trabalhamos com esse grupo não só com o projeto de saídas sociais, mas existem outros projetos que os terapeutas trabalham com eles. As habilidades dos adolescentes são treinadas para que eles possam desenvolver em sociedade e, daqui a um tempo, eles conseguirem desenvolver essas habilidades sozinhos, com autonomia, com independência, para que eles se sintam pertencentes à sociedade lá fora”.
A ação foi acompanhada por uma equipe multidisciplinar do Ciadi, e os adolescentes participantes foram divididos em dois grupos.
EXPERIÊNCIA
Para Helaine Oliveira, mãe do João Roberto, adolescente de 13 anos atendido pelo Ciadi, as demandas que chegam com essa idade são diferentes de quando eles são crianças, por exemplo, a necessidade de fazer parte de um grupo de amigos e ter habilidades sociais para isso.
“Esse olhar de fazer com que as atividades sejam feitas fora do ambiente de clínica, as vivências são importantes, porque a gente consegue trabalhar várias questões com ele: socialização, a fala, a comunicação, a sensibilidade auditiva ou visual. Tudo isso se trabalha numa atividade externa como essa. E essa atividade, sendo feita em grupo, também faz com que eles mesmos interajam entre si e, a partir daqui, a gente junta passeios fora com as famílias”.
Foto: Máximo Moura
Ela contou também que é uma forma de tirar o filho da zona de conforto de uma maneira agradável e assistida. “Ele vivenciar isso com os dele, iguais a ele, sem a minha presença, é outra história, porque a gente só sai junto. E ele até ficou um pouco inseguro, mas eu me certifiquei de que ele já fez outras vezes, então vai ser do mesmo jeito, vai dar tudo certo, vai ser divertido, vai ser legal”.
Entre os participantes estava Paloma Hadassa Bernardino, de 15 anos, que falou da importância e das dificuldades às vezes enfrentadas por outros jovens da mesma faixa etária em situações como essas.
Paloma Hadassa, adolescente de 15 anos atendida pelo Grupo de Habilidades Sociais do Ciadi. Foto: Máximo Moura
“Muitos jovens, adolescentes também com deficiência, normalmente têm dificuldade em ir ao supermercado com a família. Então eu acho muito importante para o desenvolvimento desses jovens. Normalmente, eu já vou para o supermercado com a minha família, eu ajudo sempre no que eu posso. Às vezes eu vou até lá na padaria e compro o salgado”, disse animada.
Além dela, Gabriel Cardoso Mendes, de 12 anos, também fez parte da atividade. Ele é atendido pelo Ciadi desde 2019, quando ainda era criança, e depois passou a fazer parte do Grupo de Habilidades Sociais, ao chegar na adolescência.
Gabriel Cardoso Mendes, adolescente de 12 anos atendido pelo Grupo de Habilidades Sociais da Alece. Foto: Máximo Moura
“Esse passeio também representa como os nossos pais fazem quando a gente faz compras. Além disso, vai ser muito legal porque a gente vai aprender com nossos amigos, fazer as nossas coisas e aprender como fazer isso no futuro”, afirmou.
GRUPO DE HABILIDADES SOCIAIS
A saída terapêutica integra o conjunto de práticas do Grupo de Habilidades Sociais do Ciadi, que tem como objetivo o desenvolvimento das habilidades sociais, da comunicação funcional e da autonomia dos participantes em um ambiente real e cotidiano.
Como explicou Maria Luísa, o grupo foi criado diante da percepção de que não havia um serviço fácil e acessível para essa faixa etária de adolescentes com TEA.
“Eles são atendidos semanalmente com atividades específicas que dependem do perfil de cada grupo. São dois grupos às sextas-feiras à tarde, e outros grupos estão em desenvolvimento. Para participar, os adolescentes que já fazem parte do Ciadi e que estão completando os 12 anos passam por uma triagem com a equipe multiprofissional, que vai observar se eles estão dentro dos critérios elencados por essa equipe para participar de um grupo de habilidades sociais”.
Edição: Samaisa dos Anjos / Lusiana Freire
Fonte: Assembleia Legislativa do Ceará





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