Audiência discute estratégias para de redução de filas para cirurgias eletivas
Foto: Máximo Moura
Texto: Divulgação

A Comissão de Previdência Social e Saúde (CPSS) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece) realizou audiência pública, na tarde desta quarta-feira (14/06), para discutir estratégias para o Plano Estadual de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas, Exames Complementares e Consultas Especializadas na rede pública de saúde do Ceará.
O presidente da CPSS, deputado Guilherme Landim (PDT), destacou que o encontro atende a um requerimento de autoria da deputada Lia Gomes (PDT) e a uma solicitação da Secretaria de Saúde do Ceará (Sesa). O debate gerou como encaminhamento a sugestão de que seja feito uma reunião entre a gestão de saúde do estado e os municípios para melhorar a divulgação da busca ativa pelos pacientes cadastrados na fila.
Com relação às cirurgias eletivas, Guilherme Landim comentou que a primeira fase do Plano, iniciado no ano passado, tem tido bom andamento, mas que ainda vê problemas. “Na parte federal, a fila tem andado muito lentamente, os pacientes não têm chegado de uma maneira rápida como as instituições gostariam”, alertou.
A titular da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), Tânia Mara Coelho, detalhou que na programação do plano está previsto a realização de 29 mil cirurgias, financiadas pelo governo do estado, e 15 mil cirurgias realizadas pelos municípios com recursos enviados pelo Governo Federal somado a um aporte do estado.
Segundo o vice-presidente da Federação das Misericórdias e Entidades Filantrópicas do Estado do Ceará (Femice), Vinicius Belchior Linhares, esse tipo de instituição tem papel fundamental nesse esforço de redução da fila pelas cirurgias. Ele chamou a atenção para a questão dos pacientes enviados para os procedimentos, “uma das situações que mais estão chegando até nós é de pacientes que são qualificados para a cirurgia, mas quando eles chegam lá os exames estão vencidos”, afirmou.
Sobre a questão dos exames, a coordenadora de Telessaúde e Fila Cirúrgica da Sesa, Melissa Medeiros, argumentou que os exames de complexidade mais baixa já estão no escopo dos contratos firmados com as entidades filantrópicas. “Haverá também um edital para algumas suplementações de exames mais complexos, como tomografia, ressonância, voltados principalmente para traumato-ortopedia”, anunciou.
A deputada Lia Gomes (PDT) comentou sobre a complexidade da situação da saúde em todo o País, que envolve diferentes esferas, inclusive a econômica. A parlamentar salientou também a importância da regionalização da saúde, que gera uma expansão das opções de atendimento para a população.
Secretária Tânia Mara apresenta os indicadores da Sesa em 2022 – Foto: Máximo Moura
Na ocasião foi apresentado ainda o 3º Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA) da Sesa, referente aos últimos quatro meses do ano passado. De acordo com a secretária da Sesa, Tânia Mara Coelho, os dados demonstram que os indicadores melhoraram em 2022, mas que muitos deles ainda não atingiram os patamares alcançados antes da pandemia de Covid-19.
Dentre os números apresentados estão os atendimentos realizados na Rede Consorcial, composta por 22 policlínicas e 22 Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs), que chegaram a 1.043.184, essa quantidade, segundo a titular da pasta, poderia ser mais elevada caso a taxa de absenteísmo fosse menor.
Os dados apontam que 77,13% dos procedimentos agendados nas unidades foram realizados, enquanto 22,87% não puderam ser efetivados por conta do não comparecimento dos pacientes.
Já com relação à Atenção Básica a gestora explicou que os quatro tipos de procedimento oferecidos pelo sistema público estadual tiveram aumento em 2022, mas que ainda existe uma necessidade de fortalecimento da atenção primária como um todo. Segundo o relatório, no último ano foram realizadas 65.597 ações de promoção e prevenção em saúde; 40.652 procedimentos com finalidade diagnóstica; 210.659 procedimentos clínicos; e 16.570 procedimentos cirúrgicos.
ATENDIMENTO ONCOLÓGICO
No debate, a secretária da Sesa pontuou que a pandemia causou um atraso no rastreamento de casos de câncer de colo do útero em 42% e em 43% nos casos de câncer de mama. “Isso é gravíssimo, são mulheres que vão morrer precocemente por um câncer que não foi diagnosticado. Então a gente tem que trabalhar para levar esse atendimento à população”, completou.
Sobre os serviços ofertados, Tânia Mara Coelho explicou que o estado não está inserido na pactuação dos pagamentos dos atendimentos oncológios, e que os recursos são destinados aos municípios diretamente pelo governo federal. Apesar disso, a secretária detalhou que o Ceará está fazendo um trabalho para coordenar e dar suporte para que haja assistência para os pacientes oncológicos tanto em Fortaleza quanto no interior do estado.
Para o deputado Simão Pedro (PSD), é necessário que haja um comprometimento conjunto entre os diferentes entes federativos para que a população possa receber os serviços de saúde de forma adequada. “Nós temos é que procurar soluções para dar respostas às pessoas. Temos que nos unir, trazer melhores propostas e regionalizar o atendimento”, comentou o parlamentar.
O debate contou ainda com a presença dos deputados Leonardo Pinheiro (PP); Alysson Aguiar (PCdoB); Dra. Silvana (PL); Sargento Reginauro (União); Guilherme Sampaio (PT); Jô Farias (PT); Felipe Mota (União); Cláudio Pinho (PDT); E Romeu Aldigueri (PDT).
Fonte da Matéria:https://www.al.ce.gov.br