Há 30 anos, primeiro terminal de ônibus de Fortaleza trouxe benefícios e integração do transporte público
Terminais do Antônio Bezerra e Messejana foram construídos na gestão do então prefeito de Fortaleza, Antônio Cambraia (PMDB), em 1992. Os equipamentos permitem passageiros viajarem a vários locais da cidade pagando apenas uma passagem.
Foto: Cid Barbosa/Arquivo SVM

Os terminais de ônibus de Antônio Bezerra e Messejana completam, nesta sexta-feira (1º), 30 anos de atividade. Construídos na gestão do então prefeito de Fortaleza, Antônio Cambraia (PMDB), os equipamentos permitem que os passageiros viagem a vários locais da cidade pagando uma única tarifa.
Atualmente, Fortaleza possui sete terminais fechados e dois abertos (Washington Soares e José Walter), sendo o de maior demanda o Terminal do Papicu, com aproximadamente 170 mil passageiros por dia; o do Antônio Bezerra tem o segundo maior fluxo, com cerca de 140 mil passageiros diariamente.
Para o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho, o impacto dos terminais de ônibus foi bastante positivo para os usuários do transporte público, apesar de o aumento do valor da passagem.
Os terminais de ônibus de Antônio Bezerra e Messejana completam, nesta sexta-feira (1º), 30 anos de atividade. Construídos na gestão do então prefeito de Fortaleza, Antônio Cambraia (PMDB), os equipamentos permitem que os passageiros viagem a vários locais da cidade pagando uma única tarifa.
Atualmente, Fortaleza possui sete terminais fechados e dois abertos (Washington Soares e José Walter), sendo o de maior demanda o Terminal do Papicu, com aproximadamente 170 mil passageiros por dia; o do Antônio Bezerra tem o segundo maior fluxo, com cerca de 140 mil passageiros diariamente.
Para o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Universidade Federal do Ceará (UFC), Mário Angelo Nunes de Azevedo Filho, o impacto dos terminais de ônibus foi bastante positivo para os usuários do transporte público, apesar de o aumento do valor da passagem.

Segundo Mário Angelo, o grande benefício da criação dos dois primeiros terminais foi a possibilidade de integração. O especialista destaca também que o sistema organizou o transporte público. Antes, os ônibus faziam rota exclusiva nos bairros, limitando apenas o fluxo do transporte de um bairro qualquer ao Centro.
“A grande vantagem dos terminais foi a possibilidade de integração. Você passar de uma linha para outra, dentro de um terminal, sem pagar outra tarifa, isso foi bastante interessante. Deu uma organizada boa no sistema. O sistema antes era alterado por áreas seletivas para empresas. Você tinha uma operação para cada área por uma empresa. O sistema integrado também trouxe uma reorganização do sistema como um todo”, destaca.
“Os terminais foram implantados e a cidade se desenvolveu ao longo desse tempo. O terminal do Papicu, ao seu redor não existia nada. Só aqueles prédios de três andares e outro ali mais alto. E hoje é um dos terminais mais movimentados. Foi uma evolução interessante”, destaca.
Apesar dos benefícios, Mário Angelo Nunes, enumera alguns problemas, como a falta de corredores exclusivos para o transporte coletivo na época, o que fez com algumas viagens ficassem mais longas. As faixas exclusivas para ônibus foram implantadas em Fortaleza em maior escala em 2014.
“A principal falha no início é que não houve recursos, não houve possibilidade de implantar as faixas exclusivas. O bom sistema integrado na verdade é composto de terminais de integração e você deve permitir viagens mais rápidas entre os terminais e Centro da cidade. Como não existiam essas faixas exclusivas, o sistema perdia um pouco porque você colocava um ônibus de maior capacidade e organizava o sistema, mas no final ele se misturava com o tráfico, caminhões, carros e tudo mais. Você não tinha ganho de velocidade”, reforça.
Terminais sobrecarregados

O especialista afirma que atualmente alguns terminais estão sobrecarregados. Ele cita o do Antônio Bezerra e Messejana, que passaram por reformas recentemente. Mário Angelo reforça que seria interessante a criação de um terminal no Centro de Fortaleza.
“A gente precisa de um terminal no Centro da cidade. Um terminal ou vários terminais. Eles nunca deixaram de existir quer seja na Rua Governador Sampaio, 24 de Maio. O que é o terminal hoje? É um local que você tem a reunião de várias linhas de um ponto ali você consegue sair de um ônibus e ir para o outro. Então é importante que eu tenha esses locais”, diz.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/1/n/XpWdugS2uIO9qJMYnBPQ/terminal-2.jpeg)
Há 30 anos, quando foi inaugurado, Terminal de Ônibus do Antônio Bezerra barateou o sistema de transporte público em Fortaleza — Foto: Cid Barbosa/Arquivo SVM
Terminal do Antônio Bezerra
Inaugurado em 1992, o Terminal do Antônio Bezerra possui 43 linhas de ônibus operantes com uma frota diária de 306 veículos e uma demanda de 140 mil passageiros. O equipamento foi reformado pela Prefeitura de Fortaleza. O espaço físico do terminal foi ampliado, passando de 12 mil m² para 29 mil m², com um investimento de, aproximadamente, R$ 21,5 milhões.
O espaço conta com plataforma com piso industrial, cobertura em estrutura metálica e pavimento rígido para circulação de ônibus. No total, são duas plataformas de embarque e desembarque e uma para a Administração, todas com ampla área de circulação para passageiros.
A estrutura possui rampas e túneis de acesso dos pedestres às plataformas, que evitam o cruzamento entre usuários e ônibus, proporcionado mais rapidez, comodidade e segurança.
O terminal conta com duas entradas com bilheterias, prédio para a administração, além de quatro conjuntos de banheiros acessíveis. Toda a sinalização do equipamento também foi pensada para facilitar o deslocamento dos passageiros, informando desde a localização dos serviços até a relação das linhas por plataforma.
O Terminal Antônio Bezerra faz parte do corredor exclusivo Antônio Bezerra/Papicu, que liga o Terminal Antônio Bezerra ao Papicu, num percurso total de 17,4 km.
Terminal de Messejana
O Terminal de Messejana também passou por reforma e ampliação, passando de 4 mil m² para 6,8 mil m² de área construída, representando uma ampliação de 70% em seu espaço físico. A reforma incluiu novas instalações como área administrativa, bilheterias, bicicletário, boxes de variedades, além de banheiros acessíveis, sala de controle, almoxarifado, refeitório, Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), área para descanso de motoristas e cobradores, e um amplo estacionamento para ônibus.
O equipamento conta com três plataformas construídas para proporcionar mais acessibilidade, com a possibilidade de embarque em nível. No local, há 58 linhas de ônibus operantes e uma demanda de 101.413 mil passageiros.
Com a reforma, o interior do novo equipamento também passou a contar com pavimento rígido em concreto, garantindo a longevidade da pista e diminuindo a incidência de buracos, sendo muito mais resistente ao intenso fluxo de ônibus, que registra uma média de 242 veículos/hora.
Terminais de Integração
Os terminais de integração compõem o Sistema Integrado de Transporte de Fortaleza e apresentam como o maior benefício para o passageiro a possibilidade do pagamento de apenas uma tarifa. Além disso, a partir da implantação deste sistema no transporte coletivo da Capital, o usuário também passou a contar com a integração física dos ônibus, podendo realizar conexões entre linhas de maneira mais segura, em local coberto, monitorado e organizado, com infraestrutura de banheiros e lanchonetes, por exemplo.
A adoção do sistema de terminais também levou ao surgimento de novas linhas, que passaram a interligar diversas áreas de Fortaleza de maneira mais prática, evitando que o passageiro pegue diversos ônibus até chegar ao seu destino final e pagando por cada conexão.
Vale lembrar que os terminais se somam a outro benefício oferecido pela Prefeitura de Fortaleza, o Bilhete Único. Por meio dele, o passageiro pode pegar quantos ônibus quiser pagando apenas uma passagem, caso as trocas de linhas sejam realizadas dentro do período de duas horas.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2022/1/B/Z1kBDzTdOkeDRPba2AzQ/terminal-messejana.png)
Terminal de Messejana em Fortaleza no período da inauguração em julho de 1992. — Foto: Paulo Rocha/Agência Diário