Ministro ressalta inovações do Plano Safra para a agricultura avançar em práticas sustentáveis
Carlos Fávaro explica pontos como a exigência de observância do Zarc, o programa Caminho Verde e o RenovAgro
Agência Gov | Via Secom
Diego Campos / Secom-PR
Plano Safra 2025/2026 apresenta estímulos voltados para a sustentabilidade na agricultura e para a adaptação às mudanças climáticas
Entrevistado do programa Bom Dia, Ministro nesta quinta-feira (3/7), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a importância da sustentabilidade dentro do Plano Safra 2025/2026, lançado na terça-feira (1º/7) pelo Governo Federal, que assegura R$ 516,2 bilhões à agricultura empresarial.
Este plano safra inovou neste ponto. Nós já vimos nos outros Planos Safra um prêmio de 0,5% de desconto para todos os produtores que tinham boas práticas na sua propriedade, como o Cadastro Ambiental Rural aprovado. A nossa proposta é que produtores que usam bioinsumos, produtores que fazem plantio direto, produtores que fazem conservação de solo eficiente com matéria orgânica, possam também, atestados num programa estabelecido pela Embrapa, receber esse desconto de 0,5%”, explicou Fávaro
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Zarc
O Plano Safra 2025/2026 prevê a exigência de observância do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para contratos de crédito de custeio agrícola acima de R$ 200 mil. Anteriormente, isso era restrito a operações de até R$ 200 mil, contratados por agricultores familiares do Pronaf.
“O Zarc era obrigatório para a decisão do produtor em plantar, de acordo com informações técnicas, onde plantar, o que plantar, em que período do ano plantar, saindo dos riscos climáticos. Era obrigado para produtores até R$ 200 mil. Agora, neste Plano Safra, é para todos os produtores”, disse.
A medida amplia a segurança e a sustentabilidade na produção, ao restringir a liberação de crédito a períodos e regiões mais adequados ao cultivo. Além disso, o financiamento de rações, suplementos e medicamentos passa a ser permitido com até 180 dias de antecedência à formalização do crédito, aumentando o acesso a insumos.
“Um produtor que quer acessar o Plano Safra para plantar feijão no mês de dezembro, e o Zarc diz que na região tal, específica, não é recomendado plantar feijão em dezembro, ele não vai ter custeio. Porque tem que plantar na hora certa o que é certo no claro momento. Este é um avanço para a gente induzir o produtor a boas práticas”, continuou o ministro.
Caminho Verde – Outro ponto ressaltado por Carlos Fávaro foi o programa Caminho Verde Brasil, uma iniciativa estratégica do Governo Federal que visa impulsionar a recuperação ambiental e a produtividade do setor agropecuário por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de práticas sustentáveis. Atualmente, o Brasil possui cerca de 280 milhões de hectares destinados à agropecuária, dos quais 165 milhões são pastagens, sendo que aproximadamente 82 milhões de hectares estão em algum grau de degradação.
A proposta do programa é a recuperação de até 40 milhões de hectares de pastagens de baixa produtividade ao longo dos próximos dez anos, convertendo essas áreas em terras agricultáveis de alto rendimento, sem a necessidade de desmatamento. “São mais R$ 7 bilhões, a juros de 8,5% ao ano, com dois anos de carência e dez anos para pagar. Evita o desmatamento e recupera os degradados”. O ministro ainda citou outra fonte de financiamento, via Agroinvest Brasil, com US$ 1 bilhão e meio em recursos. “Algo em torno de R$ 10 bilhões, com a mesma finalidade que o Caminho Verde: a recuperação de áreas degradadas”.
RenovAgro
O Plano Safra 2025/2026 apresenta estímulos voltados para a sustentabilidade na agricultura e para a adaptação às mudanças climáticas. Com o subprograma RenovAgro, os financiamentos para sistemas de produção de baixa emissão de carbono seguem como prioridade e o Plano Safra passa a permitir o financiamento de ações para prevenção e combate a incêndios, reflorestamento e recuperação de áreas protegidas.
Sementes e mudas – A produção sustentável também ganha estímulo com a possibilidade de destinar o crédito de custeio à produção de sementes e mudas de essências florestais e ao cultivo de plantas de cobertura do solo, promovendo práticas que preservam o meio ambiente e melhoram o solo entre as safras. Além disso, o novo ciclo do Plano Safra traz medidas para facilitar a renegociação de dívidas, oferecendo aos produtores que enfrentaram dificuldades em safras anteriores mais flexibilidade para reorganizar passivos e retomar o fluxo produtivo.
Funcafé e cacau
Fávaro destacou ainda a atenção para duas culturas em especial: o café e o cacau. Uma das novidades do Plano Safra 2025/2026 é a ampliação do acesso ao Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), que terá nesta edição volume recorde de R$ 7,2 bilhões. Agora, beneficiários do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) poderão acessar o fundo mesmo que já tenham contratos ativos pelo Plano Safra. Isso aumenta as opções de crédito e fortalece a capacidade de investimento e produção no setor cafeeiro.
“Nós temos um estímulo à produção dessas duas culturas, que estão com alta rentabilidade. O cacau está supervalorizado no mundo. O Brasil ainda importa muito o cacau. O Plano Safra está estimulando muito para a gente gerar a oportunidade para a nossa produção de cacau”, frisou o ministro.
“E não é diferente para o café. O Funcafé bateu o recorde: R$ 7,2 bilhões para o financiamento deste setor, tanto para a indústria de torrefação, de exportação, como para as cooperativas de cafeicultores. O decreto que nós construímos permite que os pronafianos e os pronampianos, pequenos e médios produtores, possam também acessar direto recursos do Funcafé, mesmo que já tenham acessado recursos do plano safra. É mais recurso estimulando o investimento, o plantio de café, a irrigação. A gente tem que produzir mais para baixar um pouquinho o preço e para garantir a renda do produtor”, disse.
Fonte:https://www.gov.br/pt-br