PMs suspeitos de matarem advogada e mãe em Morrinhos já foram presos por extorsão; veja detalhes

Um dos crimes segue a ser investigado pela Polícia Civil, após 5 anos. No outro caso, o militar já é réu na Justiça Estadual

Foto: Reprodução

Os dois policiais militares presos por suspeita de participação nos assassinatos da advogada Rafaela Vasconcelos de Maria, de 34 anos, e da mãe dela, Maria Socorro dos Vasconcelos, no Município de Morrinhos, já haviam sido presos pelo crime de extorsão. A advogada era casada com um tenente-coronel da Polícia Militar do Ceará (PMCE).

A reportagem apurou, com fontes da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), que os PMs presos pelo duplo homicídio, no último sábado (24), são o sargento Francisco Amaury da Silva Araújo e o soldado Daniel Medeiros de Siqueira.

Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, Francisco Amaury foi preso em flagrante pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), com mais dois suspeitos, em um shopping na Avenida Washington Soares, em Fortaleza, no dia 21 de fevereiro de 2018, por suspeita de extorsão a um homem.

A vítima já tinha procurado a Polícia Civil para denunciar que era ameaçada de morte, pelas redes sociais, devido a uma dívida financeira. No dia da abordagem policial, o homem e um amigo foram encontrar dois empresários para os quais ele devia o dinheiro e o policial militar, no shopping, quando foram surpreendidos pelos investigadores.

Ao ser interrogado na delegacia, o PM alegou que foi convidado para uma reunião de interesse de uma associação militar à qual pertencia e que não tinha conhecimento de que acontecia um crime de extorsão.

O trio foi solto em audiência de custódia, com aplicação de medidas cautelares, mas foi indiciado pelo 13º Distrito Policial (Cidade dos Funcionários) pelo crime de extorsão, dois dias depois da prisão. O Inquérito Policial foi remetido ao Poder Judiciário.

Entretanto, o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu que novas diligências fossem realizadas sobre o caso, e o Inquérito voltou à Delegacia, por decisão da Justiça, em agosto de 2022. Desde então, a investigação ainda não foi concluída.

Já Daniel Medeiros foi detido junto de outros dois policiais militares, na Capital, no dia 14 de maio de 2020. O trio teria cobrado R$ 20 mil de um homem que mantinha equipamentos hospitalares de procedência duvidosa dentro da sua residência, conforme denúncia do MPCE.

A vítima da extorsão tinha apenas R$ 2 mil em espécie, valor que deu de imediato aos PMs. Mas levantou mais R$ 12 mil, com familiares e amigos, no mesmo dia, para não ser preso. Sentido-se lesado, o homem procurou a Polícia, que realizou a prisão em flagrante dos policiais.

“Ressalte-se que os acusados não registraram a suposta ocorrência de campo e não estavam utilizando a identificação funcional no fardamento, em desacordo com o regulamento da Polícia Militar”, considerou o Ministério Público para denunciar o trio por extorsão, no dia 29 de outubro de 2021.

A Vara da Auditoria Militar do Ceará recebeu a denúncia, e os acusados viraram réus, em 13 de outubro do ano passado. 

O soldado Daniel Medeiros negou o cometimento do crime, ao explicar para a Polícia Militar que abordou o suspeito de possuir material hospitalar irregular, mas não cobrou nenhum valor para liberá-lo. Sobre a ausência de anotação da equipe policial acerca da abordagem, alegou que foi uma ação “rotineira”.

Fonte da Matéria:https://diariodonordeste.verdesmares.com.br

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