Saques da poupança superaram depósitos em R$ 50,5 bilhões no 1º semestre, diz BC
Saída líquida de recursos é a maior para o período desde 1995. Movimento ocorre em meio à disparada da inflação e ao aumento dos juros no país.
Foto-Internet

Real,dinheiro, moeda
O Banco Central informou nesta quinta-feira (7) que os saques na caderneta de poupança superaram os depósitos em R$ 50,5 bilhões no primeiro semestre de 2022.
Ao todo, segundo a instituição:
- os saques somaram R$ 1,808 trilhão nos seis primeiros meses do ano; e
- os depósitos, R$ 1,758 trilhão.
A saída líquida de recursos no primeiro semestre de 2022 representa a maior da série histórica. Ela supera as registradas no mesmo período de 2016 e 2015, quando, respectivamente, os saques superaram os depósitos em R$ 42,6 bilhões e R$ 38,5 bilhões.
A série histórica do Banco Central tem início em 1995. Os valores são nominais, ou seja, sem atualização pela inflação.
Resultado mês a mês
Ainda segundo dados do Banco Central, o resultada da poupança foi negativo em cinco dos seis meses deste ano:
Captação líquida da poupança em 2022
Em R$ bilhões (valores nominais e arredondados)Valor-19,7-19,7-5,3-5,3-15,4-15,4-9,9-9,93,53,5-3,7-3,7janfevmarabrmaijun-25-20-15-10-505
Fonte: Banco Central
Devido à greve dos servidores, o Banco Central parou de divulgar os dados do resultado da poupança. O último dado fechado para um mês era de março. Com o fim da greve, anunciada nesta semana pela categoria, a instituição retomou as divulgações.
Possíveis motivos
A elevada saída de recursos da poupança em 2022 coincide com a alta da inflação. Em 12 meses encerrados em maio, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, acumula alta de 11,73%.
Já são nove meses seguidos com a inflação anual de dois dígitos no acumulado em 12 meses. Uma inflação elevada corrói o poder de compra dos brasileiros — e muitos podem tirar recursos acumulados para pagar contas e dívidas.
Outro fator que pode ajudar a explicar a saída de recursos da poupança é a alta da taxa básica de juros, a Selic. A taxa está em 13,25% ao ano, maior juro básico desde dezembro de 2016.
Com isso, a tradicional caderneta de poupança segue com o rendimento travado em 6,17% ao ano + TR (Taxa Referencial), perdendo para a inflação e para outras aplicações de renda fixa.
Fonte:https://g1.globo.com/